sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Ritmos Latinos - Cúmbia


Ritmos
Latinos


- Cúmbia: É a música típica nacional da Colômbia. De início, surgiu nos guetos das grandes cidades colombianas, sendo que até hoje é uma categoria popular da música. O ritmo se disseminou por todos ou quase todos países falantes do castelhano na América Latina. Atualmente é considerado o ritmo musical mais popular da Argentina e de outros países vizinhos.

A cumbia é um estilo de música tradicional da Colômbia e Panamá, e uma dança popular de distintos países latino-americanos.
Difusão da cumbia na Colômbia: Quando fazia 1942, a radio bogotana começou a transmitir as estrofes de "…se va o caimán, se va o caimán", as vozes de protesto e indignação não esperavam. Dispostos a não permitir maiores abusos da radiodifusão, os estamentos da sociedade da capital se pronunciaram, encabeçados pelo diário El Siglo, que em um editorial desse mesmo mês protestou aludindo composições “imorais” que estavam propagando-se pelo rádio, entre elas, por suposto, a tonada do Caimán.

Em 1940, o El Heraldo de Barranquilla havia publicado uma correspondência de Plato, Magdalena, com a noticia de que um homem de aquela população se havia convertido em caimán e rondava, chorando, com voz humana, pelas proximidades. A mãe do metamorfoseado chegava até a orelha dos canos e lhe proporcionava alimento. Assim nasceu a história do homem caimán, imortalizada em uma canção pelo compositor José Marìa Peñaranda.

Nos anos quarenta, no interior do país, todavia se cria que a civilização ocidental e os bons costumes começavam e terminavam em Bogotá, e o folclore costeiro parecia "bárbaro e exótico".

Na costa não se fazia muito caso ao pasillo e ao bambuco. Nas festas, quando a orquestra tocava um pasillo, se advertia que os pares abandonavam a sala de baile; em troca, o pasillo era a música preferida para as serenatas.

Os bailes populares na costa Atlântica são antiqüíssimos, mas só em 1940 chegaram a os salões da boa sociedade. Antes dessa data, se limitavam a povão.
No interior, a apresentação em sociedade da música costeira ocorreu o primeiro de janeiro de 1949, quando a revista Semana entregou a seus leitores um informe especial sobre um tal Lucho Bermúdez. O artigo explicava aos cachacos em que consistia a música costeira e o que era o tal porro, que por aquela época era visto certamente pecaminoso ou, ao menos, impróprio para que as senhoritas o bailassem.
Alguns diziam que era “vulgar y bullicioso”, mas quase nada lhe negava sua alegria.

O artigo começava com uma pequena semelhança de Bermúdez e logo se espraiava em um recorrido erudito dos ritmos e instrumentos costenhos: que era uma guacharaca, umas maracas, etc. O escritor do artigo, o escritor Alfonso Fuenmayor, elucubrava no por quê da aficção a uns ritmos que “alborotaban hasta un mismo muerto”.

Desde 1945, o salão de bailes do legendário Hotel Grandeada de Bogotá havia começado a aterrorizar-se com o êxito súbito um músico bolivariense que com sua orquestra ao estilo das “jazz band” norte-americanas, maravilhava com um ritmo que seduzia, mas que, matizado e estilizado para os requerimentos sociais e morais da época, estava destinado a converter-se no ritmo dançante por excelência. O músico, claro está, não era outro que Lucho Bermúdez e o ritmo, indubitavelmente, era o porro pelayero.

Graças a Bermúdez e aos porros pelayeros estilizados, a música costeiraa pôde ficar e fincar raízes no interior do país.

A sua impensada epopéia, lhe seguiram outros músicos e compositores como Alex Tovar (o autor de “Pachito Eché”, êxito taquillero do Natal de 1949), o barranquillero Luis Carlos Meyer (quem levou o porro ao México), Daniel Lemaitre (o autor de “Sebastian, rómpete el cuero”) e, antes de tudo, um desconhecido músico cienaguero chamado Guillermo de Jesùs Buitrago Enrìquez, quem acabou por popularizar os ritmos costeiros no país.

Como anécdota importante, tem que ressaltar que Buitrago foi a primeira estrela da música vallenata e o primeiro a gravar um disco totalmente na Colômbia, o 12 de março de 1945, nos antigos estúdios das emissoras Fuentes, na rua da universidade, em Cartagena. Foi um 78 r.p.m. que incluía, por um lado “As mulheres a mí no me quieren“ e, por outro, “Compae Heliodoro”, dedicada a seu amigo Heliodoro Eguis Miranda.

A cumbia tem sido através do tempo, o ritmo e dança característica de Colômbia, pelo qual grande quantidade de pessoas tem dedicado até sua vida inteira para melhorar e preservar esta bela dança. Na Colômbia é variada a gama de executantes que hoje em dia se inclinaram por seguir cuidando e protegendo este fabuloso ritmo. Os verdadeiros intérpretes de a cumbia são os grupos que reúnem as condições básicas e autênticas para a execução deste ritmo. Estes grupos datam de princípios de séculos e se difundiram por toda a sub-zona magdalenense com o passar do tempo. Alguns grandes grupos de cumbia são La Sonora Dinamita, La Sonora de Margarita, la Sonora Skandalo e recentemente La Sonora Klandstina.

Em 1950, foi gravada no México a cumbia cienaguera, a primeira cúmbia gravada fora da Colômbia, na voz do cantor colombiano Luis Carlos Meyer Castandet, falecido em 1997 e nascido em Barranquilla. Meyer havia emigrado a México no começo dos anos quarenta, depois de haver gravado em Bogotá com vários grupos locais. Na Cidade de México fez contato com um dos mais importantes diretores de orquestra dali, Rafael de Paz (falecido em 1995). Com a gravação em 1944 da famosíssima "Micaela", e logo outros sucessos, tais como "Mi gallo tuerto", "Caprichito", "Nochebuena", etc.

Graças a seu êxito, a cumbia e o porro colombianos começam a popularizar-se no México; no sul do continente (Argentina, Chile, Peru, etc.) a cumbia e o porro foram ritmos introduzidos por Lucho Bermúdez, quem em 1946 grava para a RCA Víctor argentina 60 composições suas com músicos emprestados por Eduardo Armani e Eugenio Nobile. No começo dos anos sessenta, o grupo de Bovea y sus vallenatos, que emigrou de Colômbia, termina de popularizar a cumbia na Argentina.

O conjunto Los Wawanco, formado em 1955 por jovens universitários de distintos países de América, entre eles seu líder Mario Castellón, de Costa Rica, continua ativo na Argentina, tendo gravado 87 discos com composições de grande popularidade como "La Burrita", "Santa Marta", "La cosecha de mulheres", "Se va el caimán", etc.
Nos anos sessenta, grupos tais como os Corraleros de Majagual, Los Hispanos, Los Graduados, levam os ritmos colombianos ao México, Venezuela, Peru, entre outros.

Alguns dos principais artistas da cúmbia atualmente são o colombiano Yerba Brava, o argentino Amar Azul, o peruano Grupo Néctar e também o argentino Kumbia Kings.